Nota de solidariedade para com a autora (Lúcia Vicente) e o ilustrador (Tiago M.) do livro “No Meu Bairro”
A Plataforma Já Marchavas vem mostrar o seu apoio e solidariedade para com a autora (Lúcia Vicente) e o ilustrador (Tiago M.) do livro “No Meu Bairro”, que no passado dia 22 de setembro viu a estreia do seu livro ser assaltada pela moral conservadora e violenta de um grupo de manifestantes do Chega numa livraria de lisboa.
No Meu Bairro é um livro infanto-juventil que fala sobre inclusão e diversidade, sendo o primeiro em Portugal a ser escrito em linguagem neutra de género dentro da temática. Representando as diferenças que nos unem, através de uma viagem pelas vidas e interrogações de 12 crianças, desde uma criança não-binária até Amir, um rapaz com vitiligo, esta é uma obra que mostra oferecer ferramentas a quem educa para abordar temas como a diversidade de género, familiar, racial ou de credo religioso, ou seja, a diversidade da sociedade portuguesa contemporânea.
O livro e a literatura promovem a emancipação e a criticidade do leitor. A censura contra conteúdos LGBT+ não é de agora. Bem nos lembramos de autores como Judith Teixeira, António Botto e Raul Leal, os poetas de sodoma que viram os seus livros ser condenados à fogueira inquisitorial do Estado Novo. As manifestações que assistimos hoje representam um atentado à liberdade democrática portuguesa assim como a intolerância para com pessoas LGBTQIA+.
Condenamos qualquer ato de censura contra a liberdade de expressão e qualquer ato de intimidação e/ou silenciamento desta ou de outra temática que visam a promoção da liberdade, inclusão e diversidade.
Repudiamos esta e outras tentativas de censura e controlo social sendo que para isso saímos à rua no próximo dia 14 de outubro em Viseu.
