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Semana Feminista

Justiça machista não é justiça, é violência. Uma violência que existe e se expressa num número cada vez mais visível de episódios. Esta é uma verdade que se sente na onda de pessoas que não fica indiferente ao(s) caso(s) Neto de Moura.

O juíz Neto de Moura considerou atenuante a infidelidade da mulher, socorrendo-se de citações bíblicas. O juíz Neto de Moura mandou retirar a pulseira electrónica de um homem que rebentou o tímpano da companheira com um soco. Estes são apenas dois exemplos, pois muitos haveria a dizer sobre o juíz. Ontem, dia 6, o presidente do Tribunal da relação do Porto transferiu Neto de Moura para uma secção cível que não analisa processos-crime de violência doméstica. Esta é apenas uma pequena vitória aparente, infelizmente não basta para terminar com a “Justiça” Machista.

No Tribunal de Viseu foi emitida uma sentença, a 3 de outubro de 2017, que absolveu um homem de dois crimes de violência doméstica, considerando que a vítima “denotou em audiência de julgamento ser uma mulher moderna, consciente dos seus direitos, autónoma, não submissa, empregada e com salário próprio, não dependente do marido” e, logo, “dificilmente aceitaria tantos atos de abuso pelo arguido sem os denunciar ou tentar erradicar, se necessário dele se afastando”. A leitura do esclarecimento à sentença da primeira instância, ordenada pelo Tribunal da Relação de Coimbra que anulou parte da sentença, ocorreu no dia 1 de março em Viseu. A Plataforma Já Marchavas esteve presente e testemunhou o reiterar da absolvição do arguido, manifestando a sua posição de intransigência face a decisões que atentam à liberdade, igualdade, segurança e vida das mulheres.

É preciso denunciar estes casos, falar sobre eles e sobre o que implicam, não os deixar passar por entre os pingos de chuva, é preciso não nos conformarmos, de modo nenhum. Por isso, no dia 2 de março a Plataforma saiu à rua, participando no Mercado Indo Eu através de uma quermesse. Neste contexto descontraído, propício à conversa e ao convívio, desmistificámos o que é o feminismo. Dando a cara, dialogando, divulgando e mobilizando para o 8 de março.

Ainda na mesma semana, no dia 5, como que animadas pela folia carnavalesca, as estátuas de Viseu ganharam voz para apoiar as iniciativas do 8M… Que será épico, segundo Camões, e boa onda, para o Infante D. Henrique.

A semana não termina aqui. Culminará no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, numa Concentração Feminista no Jardim Tomás Ribeiro (Rossio), que inclui lanche partilhado, momentos culturais e microfone aberto. Aqui pretende-se criar um espaço seguro, falar-se-á certamente de Neto de Moura, do 1 de março no Tribunal de Viseu, da quermesse do 2 de março, das estátuas opinantes, de episódios e histórias de vida, de revoltas e incompreensões, de sentimentos e emoções. Neste espaço seguro estreitar-se-ão, por vezes em silêncio, laços que darão força para um ano de luta feminista, pois as mulheres e os seus direitos não se limitam a um dia ou a uma semana.

Ambicionamos estender o 8M ao M (Março), tornando-o o mês da mulheres. Propomos já nos dias 15 e 16 uma extensão do Porto Femme – Ciclo de Cinema no Feminino, no Carmo 81.

Ambicionamos amplificar as vozes que se ouvirão no dia 8 de março e fazê-las ecoar durante todo o ano e enquanto for necessário. Mas por agora, começamos com o 8 de março, a partir das 17h00 no Jardim Tomás Ribeiro.

Plataforma Já Marchavas – Núcleo da Rede 8M de Viseu

Mais informações:

https://www.facebook.com/events/2260026507601814/

https://www.facebook.com/jamarchavas/