A Câmara Municipal de Viseu e a Associação Empresarial da Região Viseu (AIRV) ao receberem o Embaixador de um Estado genocida e ao pensarem num futuro investimento de Israel no concelho, fazem de todas nós cúmplices do mais cruel genocídio do nosso século, só igualável ao Holocausto.
Israel está a matar à fome, à sede e por falta de tratamento médico, dois milhões de palestinos presos num enorme campo de concentração que é Gaza, que se tornou agora num verdadeiro campo de extermínio. Segundo António Guterres, “esta é a fase mais cruel de um conflito cruel”.
Enquanto o Conselho Europeu aprovou este mês a proposta de revisão do acordo comercial UE-Israel, o mundo começa a levantar-se contra este cruel genocídio em que todo um povo é exterminado, com bombardeamentos constantes à população civil.
Enquanto o direito internacional é ignorado, com o Primeiro Ministro condenado por crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo o uso da fome como arma de guerra, o Município de Viseu achou por bem receber com todas as honras o Embaixador de Israel para futuros investimentos no concelho, no fabrico de armas de guerra. O presidente Fernando Ruas abraça a possibilidade de Israel investir em Viseu e pactua desta forma com a limpeza étnica em curso. Como dizem muitos judeus e israelitas que se têm manifestado, em Israel e noutros países, contra o genocidio: “NÃO EM NOSSO NOME!”.
São já mais de 54 mil mortos em Gaza (sem contar os corpos que nunca foram resgatados dos escombros), entre os quais se contam cerca de 18 mil crianças, mais de 10 mil mulheres e cerca de 1200 médicos e profissionais de saúde assassinados. Também na Cisjordânia ocupada, Israel já matou, fora os inúmeros massacres anteriores ao 7 de outubro.
Segundo a ONU, cerca de 14 mil bebés estão em risco de morrer de fome devido ao bloqueio humanitário imposto por Israel e a OMS alerta que 71 mil crianças palestinianas podem sofrer desnutrição aguda em um ano, já com danos irreversíveis.
As cadeias israelitas, onde estão presos cerca de 10 mil palestinianos, muitos sem qualquer acusação, são centros de tortura e morte, há muito denunciadas pela ONU e associações israelitas de defesa de direitos humanos. Segundo a ONU, “todos os anos Israel mata, prende, tortura, mutila e deixa órfãs centenas de crianças e neste ano isso intensificou-se”.
Segundo a OMS, Israel destruiu cerca de 90% dos hospitais e estruturas de saúde em Gaza. Segundo também a ONU, Israel está a cometer crime de genocídio inclusivamente de cariz sexual e reprodutivo com ataques a centros de fertilidade e de banco de esperma em Gaza.
Também a imprensa está sob a mira dos sionistas, registando-se já mais de 220 jornalistas assassinados, o que faz com que este seja já o maior número de jornalistas mortos em qualquer conflito de guerra do mundo.
O Sr. Oren Rozenblat é Embaixador de um Estado genocida e representante de um governo cujo chefe de Estado é procurado pela justiça, e foi condenado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade. Não é bem vindo em Viseu e não aceitamos qualquer cumplicidade do Município de Viseu com o genocídio e os massacres que nos entram todos os dias pela casa adentro.
A Plataforma Já Marchavas manifesta o seu repúdio pela colaboração da Câmara Municipal e da Associação Industrial de Viseu com um Estado genocida e exige explicações sobre este processo que decorreu à revelia dos munícipes. A concretizar-se esta parceria, o Município de Viseu dá mais uma vez provas de não respeitar os direitos humanos. Não aceitamos esta lavagem de dinheiro Israelita com sangue do povo Palestiniano.





