Foi no Rossio, em Viseu, que se reuniram, a 25 de outubro. A convocatória referia um encontro de manifestação de solidariedade para com a preocupante situação brasileira, agravada após o segundo turno das eleições presidenciais.
Mas não foi só de solidariedade que se falou. Ao escurecer do dia iniciaram-se as intervenções de todos quantos quiseram ter voz. Discursos, poemas, experiências na primeira pessoa e canções.
Tanto nas mensagens transmitidas, como nos cartazes que cobriam a calçada, as ideias eram universais e transversais: pela liberdade, contra a discriminação, pela cultura, contra a opressão, pelos Direitos Humanos, contra o ódio.
O manifesto da organização, composta pela cidadania de pessoas diversas reunidas na Plataforma Já Marchavas, lançou o mote: “Acreditamos que todas as pessoas, independentemente do seu género, orientação sexual, etnia, religião ou ideologia têm o direito de viver em paz e desfrutando de liberdade de expressão e queremos ainda manifestar todo o nosso apoio e solidariedade a quem, no país irmão, trava neste momento uma dura luta contra o ódio, repudiando inteiramente todas as forças que visam criar um clima de hostilidade propício a violências de proporções ainda inimagináveis. Porque um mundo mais justo e respeitador da diversidade e dos direitos humanos será também um mundo mais belo.”.
Terminando as intervenções, ouviu-se uma arrepiante interpretação de Acordai (Fernando Lopes Graça). É esse o desafio: acordar para construir um mundo mais belo.
O segundo turno das eleições decorrerá no domingo, dia 28. O resultado poderá alterar de forma drástica o rumo do Brasil, mas também contribuir para o cavalgar crescente a nível mundial de forças antidemocráticas.
Até lá e depois deste processo eleitoral, seja qual for o resultado, estas 100 pessoas e muitas mais, pois a iniciativa de Viseu enquadra-se num já vasto movimento internacional, continuarão a clamar: “VIVA O BRASIL, VIVA A DEMOCRACIA, ABAIXO O ÓDIO”.