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Uma Casa Para Existir - 30 setembro

Uma Casa Para Existir

Voltamos a juntar-nos às várias cidades que promovem manifestações pelo direito à habitação, pelo direito a uma “Casa para Viver!”.

Manifesto

A inflação continua a reduzir o poder de compra de quem vive do seu trabalho. O aumento incontrolável dos preços das casas e das rendas, assim como a diminuição da oferta habitacional em prol do consumo turístico, atiram-nos para a crise na habitação a que assistimos. Num país onde as rendas custam mais que um salário é quase uma ousadia sonhar com uma casa com condições dignas para se viver. Ter um teto para morar é um direito constitucional de todas as pessoas, no entanto este é desrespeitado todos os dias.

Tal como em todas as crises, as pessoas em situação de maior vulnerabilidade são marginalizadas e colocadas em situações de maior fragilidade, invisibilidade e violência. Enquanto pessoas LGBTQI+, sabemos que parte da nossa comunidade se insere nesta situação.

A pandemia fez com que muites de nós tivéssemos que voltar para casas de familiares que não nos aceitam como somos, e a crise na habitação faz com que tenhamos de permanecer por lá. Este cenário provoca situações de isolamento social onde a violência tanto física como psicológica são realidades, obrigando a um retrocesso nos processos de descoberta e de autodeterminação. E mesmo fora da casa dos nossos pais, esta mesma crise pode colocar-nos em situações de co-habitação opressivas, acabando por condicionar a nossa autonomia e liberdade.

A desigualdade no acesso à habitação é especialmente notória nos dados referentes a pessoas em situação de sem abrigo, sendo as pessoas trans o grupo com maior probabilidade de não ter uma casa para morar, com uma taxa de risco apenas comparável à da população cigana e de migrantes.

Estas questões surgem muitas vezes também durante a adolescência, com a expulsão das pessoas LGBTQI+ jovens da casa das suas famílias, deixando-as ainda mais vulneráveis num momento crucial das suas vidas, com graves consequências nomeadamente no acesso à educação e ao emprego. A discriminação sistemática sobre casais e famílias LGBTQI+ preteridas mesmo quando surge uma rara oportunidade de arrendamento é também outra forma desigual neste acesso à habitação, onde estas casas chegam mesmo a ser usurpadas por senhorios homofóbicos.

Estamos ainda perante a primeira geração de pessoas LGBTQI+ idosas assumidas. Se esta é uma conquista da luta coletiva contra a discriminação, as condições de estabilidade habitacional, segurança e cuidados não acompanham a população LGBTQI+ com o avanço da idade. As respostas tradicionais de acolhimento para a população idosa, como os lares, não conseguem responder às necessidades das pessoas LGBTQI+ idosas, refletindo-se numa maior afluência a serviços de emergência.

O negócio do imobiliário cresce sem pudor, despejando as nossas colectividades, associações e espaços comunitários, e expulsando-nos para longe das nossas cidades e relações, para florescer o turismo, o alojamento local e a especulação. A gentrificação está a cortar redes de apoio mútuo, espaços seguros, famílias escolhidas e laços de partilha, remetendo-nos para a solidão.

Não queremos filtros de pesquisa nos websites de arrendamento para casas ou quartos “LGBTQI+ friendly” a preços absurdos: queremos acabar com a discriminação na sociedade e no acesso à habitação! Queremos salários dignos com os quais consigamos pagar a casa. Queremos respostas de acolhimento para as pessoas LGBTQI+ em situação de emergência e violência ou em idade idosa, com direito a cuidados adequados. Queremos o aumento do parque habitacional público, com casas com condições de segurança. Queremos limitar o turismo selvagem que despeja os nossos espaços comunitários e nos expulsa das nossas cidades. Queremos a regulação do mercado da habitação, controlando e baixando as rendas e as prestações do crédito. Queremos uma casa para viver, para ser, com estabilidade e em liberdade.

A 30 de Setembro, voltamos a sair às ruas com a manifestação “CASA PARA VIVER”, que vai acontecer às 15h em vários pontos de todo o país, e reivindicamos que todas as pessoas devem ter acesso a uma casa como espaço seguro e de forma justa. A precariedade laboral de mãos dadas com a inflação fazem com que não nos seja permitido viver nestas casas. É ao lutar pelo direito à habitação que garantimos a segurança das pessoas LGBTQI+ em casas com condições dignas de forma a que não tenhamos de viver com medo.

SUBSCREVEM:

Plataforma Já Marchavas
Chão das Lutas
Porta Adentro
Chão das Lutas
Chão das Lutas Braga
Covilhã a Marchar
A Teia
Comissão Organizadora da marcha LGBTQIA+ de Bragança
Marcha do Orgulho de Santarém
Comissão Organizadora Évora Pride
rede ex aequo
Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa
Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto
Por Todas Nós – Movimento Feminista
A Coletiva
Feministas.pt
Núcleo Antifascista de Bragança

Beatriz Realinho
João Carvalho
Tiago Resende
Susana Jimenez
Patricia Correia Pinto
Joana Mortágua
Marina Teodoro Romana
Lou Loução
Rodrigo Machado
Catarina Santos
Marco Aboim
Afonso
Alexandre
Sandra Mestre da Cunha
Duarte Santos
Laura Castelllini
Victoria Mignone
Joana Isabel Gomes
Fabíola Cradoso
Ana Carolina Gomes
Mariana Sousa Reis
Rita Frias
Miguel de Sousa
Catarina Valente Ramalho
Daniela de Sá
Sofia Trindade
Júlia Mello
Vasco Barata
Cristina Simonetta
Filipe Gaspar
Teresa Amorim
Inês Mendes
Crowley de Lima
Pedro Valente
Edgar António de Sousa Praça
Telmo Fernandes