“It’s ok to be white”, lê-se no autocolante amarelo da Nova Ordem Social (movimento de extrema-direita de Mário Machado). Alguns destes autocolantes foram colados por cima dos autocolantes da 1.ª Marcha LGBTI+ de Viseu.
“É ok ser-se branco” é a imposição da supremacia da raça branca. Brancos, xenófobos e machistas. Quer-se deturpar a história, como se estivéssemos viver um genocídio branco. Querem fazer crer que agora são as pessoas brancas as vítimas do preconceito e de opressão social. Querem apagar da história décadas de escravatura, colonização e racismo. Esta ideologia fascista quer instalar a confusão e criar mitos.
É pela mesma linha de pensamento que querem criar uma marcha do orgulho hetero. Os jovens que organizam esta marcha dizem que “os homens heterossexuais são assediados por homens homossexuais”, “a família tradicional é desincentivada e gozada nos meios de comunicação e partidos políticos, sendo catalogada retrógada” (escreve-se “retrógrada”). Este é um pensamento ignorante, populista e claro, retrógrado.
Querem passar a ideia de que os homens brancos e heteros são menosprezados, são uma minoria que tem dificuldades em integrar-se na sociedade: no trabalho, na família, nos hospitais, na rua. Toda a ideologia fascista alimenta-se da ignorância, desinformação e confusão.
Dizemos que “é ok ser-se de todas as cores”. É óptimo sermos todos e todas diferentes mas com os mesmos direitos e acesso às mesmas oportunidades.
É por isso que Viseu volta a marchar, pela segunda vez, no dia 20 de outubro, sob o mote “que Viseu e qualquer outra cidade sejam as melhores cidades para viver (para todxs)”. Como reacção aos cartazes que foram colados em 2018, antes da 1.ª Marcha, utilizando a imagem e slogan de Viseu dizendo “melhor cidade para viver (sem vocês)”, marchamos para que Viseu seja a melhor cidade para viver para todas as pessoas. Marchamos para que qualquer cidade do mundo seja um lugar livre de opressão, seguro e que defenda os direitos de todas as pessoas. Para que todas as cidades sejam feministas, LGBTI+, ecologistas, antifascistas, antirracistas, democráticas, inclusivas e participativas.
Marchamos pelo direito à identidade, pela liberdade no amor, pela autodeterminação de género, e enquanto não estivermos todxs livres de qualquer tipo de opressão.