A Plataforma Já Marchavas repudia a exclusão do “O Direito a Ser nas Escolas”, um documento da Direção-Geral da Educação (DGE) que promovia a inclusão de crianças e jovens trans e não bináries no contexto escolar, para docentes e não docentes, das escolas portuguesas.
Com os votos a favor do PSD, CDS, IL e do Chega assistimos a um novo retrocesso naquele que tem sido o longo e difícil caminho dos direitos LGBTQIA+ em Portugal. Já PS, BE, PCP, Livre e PAN votaram contra este projeto de resolução do PSD e CDS-PP.
Ao Público, o deputado do CDS-PP Paulo Núncio afirmava que este Guião “impõe a ideologia do género”, e que a sua remoção acabava com “uma agenda ideológica sectária e um projecto político de facção”.
As pessoas LGBTI+ não são ideologia, são pessoas. Os direitos fundamentais não são ideológicos, ideológico é escolher apagar esses direitos. A direita começa a apagar o ensino da cidadania e dos direitos humanos nas escolas. Como pode um documento que apenas promove a inclusão, a segurança e o antibullying nas escolas ser tão ameaçador para a direita? É com base nesta falsa narrativa da “proteção das crianças” que a direita impede o real acesso à informação às crianças, o acesso a se conhecerem, se defenderem, de serem livres.
Não esquecemos que o que começa como um ataque aos direitos das pessoas LGBTQIA+ rapidamente se transforma num ataque mais alargado aos direitos e liberdades de todas as pessoas na sociedade.
Este não é apenas um retrocesso sobre os direitos LGBTQIA+, é o reflexo da crise dos direitos humanos e da democracia a que assistimos nos últimos anos.
Às crianças, jovens e famílias LGBTQIA+ de Portugal, vocês são visíveis e amadas, a Plataforma Já Marchavas continuará a pautar-se pela justiça social e pelo direito a ser e a amar para todas as pessoas.